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terça-feira, 3 de novembro de 2009

Às Palmeiras

Amo as palmeiras, lépidas, esguias,
no seu orgulho vegetal de eleitas,
soberanas, altíssimas, perfeitas,
nas solidões monótonas, vazias.

Como as almas heróicas, arredias,
nunca da vida à lutulência atreitas,
numa ascensão sem curvas, vão direitas
pompear bem no alto as verdes energias...

Cegonhas vegetais, têm, ao poente,
qualquer cousa de extático e dolente
no lago de ventura em que dormitam...

Lembram, na paz dos côncavos tristonhos,
as almas que fizeram de seus sonhos
a torre solitária em que meditam!

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