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domingo, 25 de março de 2007

Canto Oracular

Eu direi as verdades que todos vós combateis,
com a boca do espírito impoluto.
Do fundo do meu coração fecundo e amordaçado
subirá um clamor guerreiro de ironia e amor
que ouvireis poderosos e zombeteiros,
esperando a hora de alvejar-me
com as vossas pedras cortantes
(a hora em que a minha voz audaciosa e mansa
morrer como um grande soluço do meu orgulho...)

A minha voz morrerá como uma nobre ave selvagem
que o fuzil de um caçador roubasse do idílio da altura.
As vossas pedras zunirão e voarão
contra a boca que cantou
o canto infinito que não queres ouvir!

Mas ai de vós!
Outras bocas gritarão esse heróico clamor guerreiro,
até que as vossas mãos se cansem
de levantar as pedras do chão.

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